Katia Zacche
Nascida em 1957
em Vitória, Espírito Santo. Katia vem de uma família de artistas o que a
despertou precocemente para a arte. Passou a infância na fazenda e aos sete
anos já confeccionava suas próprias tintas explorando todos os pigmentos naturais
ali disponíveis. Com recursos financeiros escassos, pintava as tábuas de
madeira que sobravam do galinheiro e os muros da velha fazenda. Na adolescência
seguiu o caminho das artes explorando a manufatura de roupas e objetos, desenvolvendo
peças em bijuteria, confeccionando bolsas em palha, tecido, couro e espadrilhas.
A medida em que passava o tempo mais e mais viajava neste mundo das artes.
Autodidata, estava sempre à procura de novas experiências e foi sempre vivendo
intensamente que, no início de sua vida adulta, Katia mergulhou fundo em suas
sombras, desenvolvendo síndrome do pânico. Foi neste período que as cores
desapareceram por completo em suas obras, sendo substituídas pelas sombras, o
branco e o preto do nanquim.
Nesse momento abandonou
a pintura por completo e foi cursar Sociologia, sua primeira faculdade quando
ainda morava em Minas Gerais. Aos 26 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, cursou
sua segunda faculdade em Serviços Sociais na Puc-RJ, casou-se e teve dois
filhos. Após este primeiro exílio artístico, retornou para a pintura iniciando
sua terceira formação, dessa vez em licenciatura em Artes também junto à Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro. Nesse período de retorno à sua
identidade visual e artística, emendou sua quarta formação, desta vez em Design
de Interiores junto à fundação Estácio de Sá.
Nessa época frequentava
assiduamente o Parque Lage, reduto artístico do Rio de Janeiro, convivendo e
criando com grandes mestres da arte como Charles Watson, Carvão, Beatriz
Milhazes e outros.
Sempre
considerou sua trajetória artística solitária, por isso durante os dez anos em
que viveu entre Nova York e Portugal se dividiu entre o isolamento e à
exteriorização da sua arte, atingindo o ápice de sua capacidade criativa em
meio a pandemia, quando em seu ateliê, aberto na cidade de Cascais, Portugal,
desenvolveu às séries Pílulas, Love e Buy or Die, que agora,
retornando ao Brasil expõe em seu ateliê na Vila Mariana, onde segue criando,
repensando e aceitando a arte novamente em sua vida.
Por: KATIA ZACCHE