Travessa Aberta

Espaços de arte da Travessa Dona Paula promovem festa para fechar 2025

Último Travessa Aberta do ano tem performances, lançamentos, conversas e mais

Os espaços artísticos da Travessa Dona Paula, em Higienópolis, abrem as portas em 20 de dezembro, sábado, em clima de festa para encerrar o ano em mais uma edição do Travessa Aberta. A programação gratuita reúne galerias como A Gentil Carioca, Sardenberg e Zielinsky; os espaços independentes Desapê e Ateliê397; a revista e residência artístico-editorial Celeste; a editora Piscina Pública Edições; e as recém-inauguradas galerias Pórtico e Marli Matsumoto Arte Contemporânea Anexo. 

Conheça a programação para o dia

14h | Ateliê397 [119a]

Finissage da exposição Contato-Deriva; venda de prints; exibição do filme ANHELL69, de Thiago Montoya

14h30 | Desapê + Marli Matsumoto Arte Contemporânea Anexo [7]

Apresentam o múltiplo Tilim Tilim, de Cildo Meireles, desenvolvido especialmente para o Instituto Olga Kos, e com exclusividade para Marli Matsumoto Arte Contemporânea, por ocasião da publicação do livro Todos os Sons | Cildo Meireles, de Caroline Alciones de Oliveira Leite.

15h | Zielinsky [33]

Visita guiada à exposição Guarda-Corpo com os artistas do Vilanismo

15h30 | Celeste + Piscina Pública [112]

Cerrado Infinito e Descartes Coletivo ocupam Projeto Loja; lançamento das publicações do dossiê Destruir a Entrevista

16h | Ateliê397 [119a]

Lançamento do livro Spectrophilia, de Shajara Neéhilan, com roda de conversa. Participam Raquel Nava, Romulo Barros, Rodrigo Petronio, Pol Iryo e Fabiane M. Borges

16h30 | Sardenberg [134]

Janaina Wagner conversa com Pollyana Quintella sobre a individual EU SOU MATÉRIA DERRETIDA ESCORREGANDO DO DENTRO DA TERRA PARA TE CONTAR COISAS INTERIORES: 

17h30 | Ateliê397 [119a]

Williana Silva apresenta a performance É só um serviço de mulher no lançamento de seu livro, Escorre um rio em mim: poéticas de menstruações 

17h30–19h | Travessa Dona Paula

Guitarrada com Rafa Moraes, o Retirante Cósmico

19h15 | Sardenberg [134]

Janaina Wagner apresenta o happening Um cometa nos teus olhos com Pontogor 

Além disso, as galerias estarão abertas com exposições para receber o público.

No imóvel de número 119a, o Ateliê397 encerra Contato-Deriva. A coletiva tem curadoria de Sophia Faustino e Thais Rivitti e conta com as artistas Licida Vidal, Melissa Baltazar e Raquel Nava. Fruto da convivência do coletivo feminista Vozes Agudas, a exposição pode ser entendida como um prenúncio de chuva que parte das obras das artistas participantes do grupo para refletir sobre como a convivência e a criação de redes cria outras maneiras de interagirmos com as mudanças do tempo e com as tantas formas de violência que nos rodeiam —uma ventania que impulsiona transformações futuras.

A Desapê e a Marli Matsumoto Arte Contemporânea Anexo dividem o imóvel de número 7 da vila. Inaugurado em 2 de dezembro, o novo espaço de Marli Matsumoto exibe em alguma parte, coletiva com texto e organização do artista Juan Casemiro. Com obras de Amauri, Anna Bigão, André Bontorim, Bruno Magliari, Fábio Menino, Jandir Jr., Lucas Emanuel, Luiza Lukáh e Paulo Valeriano, a mostra traz trabalhos que investigam as relações entre corpo, imagem e palavra a partir de práticas que atravessam a pintura, a escrita e a performance. O conjunto investiga esse estado de suspensão, em que o visível não se impõe de imediato, mas se revela aos poucos, nas margens do olhar. Já a Desapê inaugura Fora da Lombada, uma seleção exclusiva de livros-caixas de seu acervo, organizada por Rita Mourão Barbosa. Dentre os destaques estão a Museum in a Box, edição icônica e póstuma de Marcel Duchamp, a Caixa Preta de Augusto de Campos e Julio Plaza, de 1975, e o conjunto de caixas com publicações dos anos 1970, produzido pela editora catalã Sa Soll, inédito no Brasil.

A Gentil Carioca, que ocupa o número 108, apresenta Concordar em Discordar, exposição coletiva com curadoria de Matheus Morani, que ocupa simultaneamente as sedes da galeria no Rio de Janeiro e em São Paulo. A mostra reúne obras de mais de vinte artistas, brasileiros e estrangeiros de diferentes gerações e regiões, para investigar a noção de diferença e suas relações com as formas pelas quais nos organizamos em comunidade. O espaço também está com a video-instalação O JARDIM" (Trilogia das Plantas 2), do artista visual indígena Denilson Baniwa junto ao cineasta Felipe M. Bragança.

Com inauguração marcada para 16 de dezembro, a galeria Pórtico, na casa 116, recebe o público com O Desencaixar das Coisas, coletiva que reúne trabalhos de artistas como Lucimélia Romão, o angolano Edson Chagas, o português José Maçãs de Carvalho, e o poeta visual Omar Khouri.

Subindo as escadas da casa 120, está a coleção moraes-barbosa. O espaço encerra Nightfall, primeira exposição individual de Aziz Hazara na América Latina, com uma série de trabalhos que se baseiam nas consequências materiais e psicológicas de décadas de ocupação estrangeira, apagamento cultural e subjugação econômica no Afeganistão. 

Instalada no número 134, a Sardenberg encerra Eu sou matéria derretida escorregando do dentro da terra para te contar coisas interiores:, individual de Janaina Wagner. A exposição é derivada da vídeo-instalação Quando o segundo sol chegar / Um cometa nos teus olhos (2025). O trabalho foi exibido no Masp no início desse ano, junto a Curupira e a máquina do tempo (2021) e Quebrante (2024). 

Por fim, a Zielinsky, no número 33, recebe Guarda-Corpo, exposição do Vilanismo realizada paralelamente à participação da irmandade de artistas negros periféricos na 36ª Bienal de São Paulo, com texto crítico da professora, historiadora africanista e curadora Vanicleia Silva-Santos. 

Todos os espaços têm visitação gratuita.

SPOILERS PARA 2026

17.jan |  Vilanismo encerra Guarda-Corpo, na Zielinsky, com um churrasco na vila

24.jan | A galeria Sardenberg inaugura seu espaço na Travessa Dona Paula, na casa 29, com exposição de Maria Alice Salgado

24.jan | A coleção moraes-barbosa abre Ephemera & Film, individual de David Wojnarowicz, com curadoria de Krist Gruijthuijsen

24.jan | A Zielinsky estreia uma individual da guatemalteca Sandra Monterroso

24.jan | O Ateliê397 abre sua programação anual — voltada para a ideia de educação, influência, relações e formação em artes —com uma individual de Luiza Sigulem 

21.fev | A Gentil Carioca comemora seu quinto aniversário em São Paulo com a abertura da 21ª edição do edital Abre Alas, com curadoria de Felipe Molitor, Lena Solà Nogué e Ramon Martins; a exposição abre simultaneamente na sede carioca

SOBRE A TRAVESSA DONA PAULA

Escondida entre a rua da Consolação e a avenida Angélica, na região central de São Paulo, a Travessa Dona Paula é uma antiga vila operária, registrada nos anos 1920, que encontrou uma nova vocação ao se transformar em um efervescente polo de arte contemporânea.

A chegada da galeria Sardenberg, do curador Ricardo Sardenberg, em 2021, marcou o início desta nova fase.  Inspirado pelo formato e localização da vila, ele convidou outras instituições ligadas à arte para ocupar a vila. Hoje, a Travessa Dona Paula abriga espaços de arte divididos entre galerias comerciais, coleções particulares, espaços de artistas, editoras e residência artística. Estão lá galerias como A Gentil Carioca, Zielinsky, Sardenberg, além da coleção moraes-barbosa (coleção particular), Ybytu (programa de residência artística), Ateliê397 (espaço independente de arte), Desapê (projeto dedicado a livros de artista e espaço expositivo), o selo Celeste (revista, selo de livros de arte e crítica e residência artístico-editorial), a editora Piscina Pública Edições e o novo programa de residência artística casa onze. Em dezembro de 25, abrem as portas a Marli Matsumoto Arte Contemporânea Anexo e a galeria Pórtico.

Service

TRAVESSA ABERTA

20.dez, sábado, das 12h  às 20h

Travessa Dona Paula, Higienópolis. Grátis