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Sobre um rio, sobre uma margem. 

A pesquisa se faz pela busca de contemplar um estado complexo das margens de um rio mutante. Margens que se modificam com a degradação ambiental, a seca, os alagados, com a cor do sol nos horários do dia, com a chuva ou com a noite. São estados impermanentes, intempéries que todos têm em momentos de navegação da vida. 

Essa construção acontece por pinceladas que sugerem uma vegetação selvagem de um crescimento arbitrário da natureza, característicos das matas ciliares. De perto são apenas camadas de tintas, formas irregulares, ora sobrepostas por velaturas, ora protagonistas da composição que vai se formando. A cada obra, uma imagem espontânea, que convida à contemplação, ao momento de pausa e reflexão, no contra-fluxo dos dias atuais.