Exposição coletiva "Nossos Brasis: entre o sonho e a realidade"

Exposição inédita na CAIXA Cultural Brasília apresenta 100 anos de arte brasileira em encontro de acervos do Rio, São Paulo e Brasília

Em cartaz até 18 de janeiro de 2026, "Nossos Brasis: entre o sonho e a realidade" reúne 79 obras de 50 artistas e propõe um diálogo raro entre o modernismo e a arte urbana contemporânea

A CAIXA Cultural Brasília apresenta a exposição "Nossos Brasis: entre o sonho e a realidade", que apresenta, pela primeira vez, um recorte abrangente da arte brasileira dos últimos 100 anos (1920–2020), em um encontro de obras que nunca haviam sido reunidas em uma mesma mostra. São 79 obras de 50 artistas, provenientes de acervos particulares e de instituições de três cidades: Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília que, lado a lado, constroem uma narrativa visual inédita sobre o país.

O visitante é convidado para uma imersão em um século de criação artística, percorrendo pinturas, esculturas, tapeçarias, fotografias, instalações e objetos que revelam o Brasil como território de contrastes e invenções.

Entre o clássico e o popular, um Brasil em transformação

O ineditismo de Nossos Brasis está tanto na reunião de acervos quanto na maneira como propõe novas conexões entre obras e períodos da história da arte brasileira. A exposição articula produções de artistas consagrados e contemporâneos em um mesmo espaço, cruzando tempos, estilos e territórios. São trabalhos provenientes de instituições como o Instituto de Estudos Brasileiros/USP, o Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, o Museu Bispo do Rosário, o Projeto Lygia Pape, o Projeto Hélio Oiticica, entre outros, lado a lado com peças de importantes coleções particulares. O resultado é um conjunto inédito e irrepetível, que permite enxergar a trajetória da arte brasileira sob uma nova perspectiva.

Mais do que um recorte cronológico, a mostra apresenta percurso que permeia um século de história da arte, conectando o impulso modernista dos anos 1920 à potência expressiva das ruas e dos coletivos urbanos contemporâneos. Obras de Di Cavalcanti, Djanira e Portinari se colocam em diálogo direto com a linguagem monumental e colorida de Eduardo Kobra, revelando como a arte urbana atualiza, questiona e amplia o legado da modernidade. Esse encontro entre o clássico e o popular, entre o ateliê e o mural, traduz a essência da exposição: um Brasil que se reinventa continuamente, onde diferentes tempos e formas de expressão se sobrepõem, criando novas leituras sobre o país e sua identidade visual.

Três núcleos que se interconectam

A curadoria de Denise Mattar, organizada a partir da concepção artística de Rafael Dragaud, traz três núcleos temáticos: Vozes dos Trópicos, Vozes da Rua e Vozes do Silêncio, que não se limitam a uma leitura cronológica, mas se entrelaçam em um mosaico dinâmico:

Vozes dos Trópicos: o núcleo se debruça sobre o imaginário que moldou a ideia de Brasil como paraíso exótico e exuberante, mas atravessado por tensões entre natureza e colonização, beleza e violência, mito e crítica. Obras de Tarsila do Amaral, Burle Marx, Beatriz Milhazes, Lygia Pape, Hélio Oiticica, Glauco Rodrigues, Denilson Baniwa, Ernesto Neto, Adriana Varejão, Rosana Paulino e outros conduzem o visitante a paisagens fabulosas e símbolos ancestrais, compondo um Brasil vibrante, colorido e solar.

Vozes da Rua: apresenta o Brasil popular em sua força criativa, onde a arte se inspira no compasso da rua, das festas e dos gestos cotidianos. Obras de Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres, Djanira, Volpi, Portinari, Beatriz Milhazes, Eduardo Kobra e outros retratam celebrações e rituais, revelando uma estética nascida da coletividade e da cultura que molda nossa identidade visual.

Vozes do Silêncio: aborda a outra face do Brasil, das questões psicológicas e íntimas, onde memória, espiritualidade e dor se transformam em criatividade. Maria Auxiliadora, Arthur Bispo do Rosário, Ismael Nery, Maria Lídia Magliani, Farnese de Andrade, Flávio Cerqueira, Vik Muniz e Nelson Leirner, entre outros, exploram corpo, fé, luto e exclusão como territórios poéticos, revelando dimensões invisíveis da experiência brasileira.

Uma experiência plural

Ao propor esses diálogos entre tempos e linguagens, a exposição convida o público a revisitar a arte brasileira como espelho de um país em permanente transformação. Entre a vanguarda e o popular, o sagrado e o cotidiano, a exposição faz o Brasil pulsar em cores, gestos e matérias. A concepção artística transforma o espaço expositivo em uma narrativa sensorial, ampliando o alcance das obras e a experiência do visitante.

Com recursos de acessibilidade, audiodescrição, tradução em Libras, materiais táteis e visitas mediadas, o projeto também inclui oficinas profissionalizantes em comunidades, reforçando o caráter educativo e inclusivo da mostra.

"Nossos Brasis: entre o sonho e a realidade" é uma realização da CAIXA Cultural Brasília em parceria com a Agência Pira, com patrocínio da CAIXA e do Governo do Brasil.

Service

Exposição: Nossos Brasis: entre o sonho e a realidade             

Local: CAIXA Cultural Brasília – SBS Q. 4 Lotes 3/4 - Asa Sul, Brasília - DF, 70092-900

Galerias: Galeria Principal, Galeria Piccola I e Galeria Piccola II

Período: 21 de outubro de 2025 a 18 de janeiro de 2026

Horários: terça a domingo, das 9h às 21h (segunda-feira fechado)

Entrada: gratuita | Classificação indicativa: livre

Acessibilidade: audiodescrição, Libras, materiais táteis e visitas mediadas

Patrocínio: CAIXA e Governo do Brasil