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Exposição: "Francisco Galeno: o Piauí é aqui — o Piauí não é aqui" e "Bahia Afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho"
Exhibition

Exposição: "Francisco Galeno: o Piauí é aqui — o Piauí não é aqui" e "Bahia Afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho"

Exhibition

  • Nome: Exposição: "Francisco Galeno: o Piauí é aqui — o Piauí não é aqui" e "Bahia Afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho"
  • Abertura: 12 de novembro 2024
  • Visitação: até 25 de janeiro 2025

Local

  • Local: Galatea
  • Online Event: No
  • Endereço: Rua Oscar Freire, 379 - Jardins, São Paulo

 “Francisco Galeno: o Piauí é aqui - o Piauí não é aqui” e “Bahia Afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho” 

 

Galatea inaugura este mês duas mostras em seus espaços em São Paulo, colocando em evidência o trabalho de três artistas nordestinos: Francisco Galeno, do Piauí, e Bauer Sá e Gilberto Filho, da Bahia



 

A Galatea encerra o calendário de 2024 ocupando seus dois espaços em São Paulo com exposições que celebram a produção artística nordestina: Francisco Galeno: o Piauí é aqui — o Piauí não é aqui, na Oscar Freire, e Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho, no espaço da Padre João Manuel. 


A primeira, com abertura marcada para o dia 12 de novembro, na Oscar Freire, apresenta um conjunto de 44 obras do artista Francisco Galeno, que ao longo de sua carreira explorou múltiplas técnicas, como a pintura e escultura em madeira, além da ressignificação de objetos do cotidiano. E, no dia 27 de novembro, na sede da Padre João Manuel, a Galeria traz de seu programa de Salvador a mostra Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho, com a iniciativa de inverter a dinâmica de itinerância de exposições do eixo sudestino, que normalmente partem de São Paulo para outras regiões do Brasil.


Com texto crítico do pesquisador e curador Leno Veras, a primeira mostra apresenta trabalhos de Francisco Galeno (Parnaíba, PI, 1957). Produzindo há mais de quatro décadas, o artista construiu o seu vocabulário visual a partir do cruzamento entre as vivências da sua infância no Delta do Parnaíba, no Piauí, e o imaginário modernista de Brasília, para onde a sua família se mudou quando ele tinha 8 anos. Em 1969, instalaram-se em Brazlândia, cidade nos arredores da capital federal, lugar em que Galeno se iniciou enquanto artista e mantém ateliê até hoje. Atualmente, ele vive e trabalha entre Brazlândia e Parnaíba, onde também possui ateliê.


As obras de Galeno conjugam tanto o interesse geométrico que aprendeu em Brasília, com as linhas da arquitetura e as obras de mestres como Alfredo Volpi, Athos Bulcão e Rubem Valentim; quanto um caráter lírico e lúdico ao trazer símbolos da sua infância, dos brinquedos e dos objetos que o cercavam, como as bolas de gude e de futebol, os carretéis da sua mãe rendeira e os anzóis e a madeira do seu pai pescador e marceneiro.


No texto crítico escrito para a exposição, o curador Leno Veras comenta: “Para além de suas temáticas figurativas, nas quais amalgamam-se objetos emergentes do desenho industrial — com forte presença no cotidiano das populações interioranas, como a lamparina (que, em uma de suas obras, desconstrói como que em um projeto técnico ao revés) — e artefatos concebidos por manufatura familiar, como os brinquedos de madeira, suas representações arquitetônico-urbanísticas também dão a ver que o pensamento construtivo é uma linha constante de sua expressão plástica, encontrado, inclusive, na forma concreta que assumem seus assemblages ao emular mobiliários familiares; tal qual gaveteiros de memórias, e histórias, que transbordam de seu território originário para um novo quadro, quadrado fincado em meio ao mapa: a capital federal — a moderna Brasília.”


Tomás Toledo, sócio-fundador da Galetea, destaca alguns aspectos fundamentais da mostra: “Galeno é um artista que trabalha muito com o universo da cultura popular, dos artesãos, dos brinquedos manufaturados, dos objetos do cotidiano de quando era criança — como a lamparina de querosene —, das pinturas presentes em feiras de rua, além de beber de uma geometria vernacular também explorada por artistas como Montez Magno, que mostramos recentemente. A sua pintura é tanto lírica quanto organizada pelo rigor construvista e pela geometria da arte popular nordestina.”


Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho marca a estreia dos artistas baianos em São Paulo em uma individual que conta com dois núcleos expositivos distintos: no primeiro, um conjunto de 30 fotografias de Bauer Sá, produzidas entre os anos 1990 e 2000, que exploram a ancestralidade afro-brasileira por meio de temáticas raciais e divindades africanas; no segundo, a primeira exposição individual de Gilberto Filho, apresentando esculturas em madeira que datam desde 1992 até o presente e retratam cidades utópicas e modernas nascidas da imaginação do artista. 


A mostra, que conta com curadoria de Tomás Toledo e Alana Silveira, esteve em cartaz na Galatea Salvador, no período de julho a setembro de 2024. Tanto Bauer Sá quanto Gilberto Filho também fizeram parte da exposição Cais, que inaugurou a sede em Salvador.

O texto crítico é assinado pelo artista e curador Ayrson Heráclito, reconhecido por seu trabalho que aborda a cultura afro-brasileira e suas conexões históricas, e pelo escritor e historiador Beto Heráclito. Eles destacam que os trabalhos de Bauer e Gilberto, de naturezas distintas, dão a ver diferentes facetas do conceito de afrofuturismo: “A exposição Bahia Afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho, ao promover o diálogo entre dois artistas negros com poéticas distintas, busca apresentar diferentes abordagens dessa nova estética, comprometida com o ativismo negro. As linguagens eleitas pelos artistas — a fotografia e a escultura — servem como estratégia para experimentação de conceitos como a corporeidade e a espacialidade em perspectiva afirmativa e afrocentrada”.


Tomás Toledo, comenta, ainda, que  a abertura da individual de Francisco Galeno e a itinerância da exposição Bahia afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho em São Paulo refletem um dos pilares do programa da galeria: “As duas exposições que abrirão neste mês na Galatea em São Paulo, a do Galeno e a Bahia afrofuturista, são desdobramentos da chegada da Galatea em Salvador, fomentando o trânsito de conhecimentos, práticas, vozes e artistas do Nordeste para o Sudeste a partir das pesquisas desenvolvidas na capital baiana.”


Sobre Francisco Galeno 

Francisco Galeno (Parnaíba, PI, 1957) nasceu na região do Delta do Parnaíba, no Piauí. Em 1965, desembarcou com a família em Brasília, após seu pai começar a trabalhar na empresa de engenharia e construção Serveng Civilsan. Em 1969, se instalaram em Brazlândia, cidade nos arredores da capital federal, onde Galeno se iniciou enquanto artista e mantém ateliê até hoje. O talento para a arte foi transmitido de geração em geração na sua família, que era composta por artesãos. O bisavô era mestre carpina, nome dado a quem produz canoas, e o avô, vaqueiro, produzia peças de couro, como gibão, arreios e selas para montaria. A mãe era costureira e rendeira e seu pai foi pescador e fabricava canoas.


Desde muito jovem Galeno se interessou pela expressão artística, estudando música e teatro antes de se concentrar no campo das artes visuais, começando pela pintura e expandido para obras tridimensionais. Em 1977, frequentou o ateliê-escola do pintor Moreira Azevedo, artista português radicado em Brasília. Em 1978, realizou um curso livre de pintura com Maria Pacca, no Centro de Criatividade da Fundação Cultural do DF, sob a direção de Luiz Áquila. Mas, para além dos estudos formais, o artista reivindica o aprendizado adivindo do contato com os artesãos que o cercavam, com a paisagem e os objetos da sua infância, e com a cidade de Brasília. Foi essa mescla que possibilitou o alcance de uma autenticidade no seu trabalho: carretéis, anzóis, pipas e latas de sardinha ora são depurados em linhas e formas geométricas para entrar na sua pintura, ora são apropriados em sua condição de objeto, sendo rearranjados de forma lírica e lúdica para compor uma obra escultórica.


Desde 2012, Francisco Galeno mantém residência e ateliê em Paranaíba, dividindo-se entre sua cidade natal e Brazlândia. Produzindo continuamente há mais de quatro décadas, em seu currículo somam-se exposições nacionais e internacionais, tais como: Brasília, a arte da democracia (Coletiva, FGV Arte, Rio de Janeiro, 2024); Galeno, uma nova direção – Estripulias (Individual, Museu Nacional dos Correios, Brasília, 2014); Monumental — Arte na Marina da Glória (Coletiva, Rio de Janeiro, 2016); Francisco Galeno (Individual, Galerie Debret, Paris, 2002); Viva Brasil Viva (Coletiva, Liljevalchs Konsthall, Estocolmo, 1991); entre outras. Em 2009, Galeno finalizou, a convite do IPHAN, o painel que ocupa o altar da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, em Brasília, onde outrora houve uma pintura de Volpi apagada pelo militares na década de 1960. Suas obras fazem parte de diversas coleções permanentes, tais como: Museu de Arte de Brasília — MAB, Brasília; Palácio do Itamaraty, Brasília; Museu de Arte Contemporânea — MAC Niterói, Rio de Janeiro; Museu Nacional de Belas Artes — MNBA, Rio de Janeiro.



Sobre Bauer Sá

Bauer Sá nasceu em Salvador, em 1950, cidade em que vive e toma como laboratório de criação para sua produção em fotografia. Formou-se artisticamente a partir da convivência com o seu pai, Armando Sá — um grande pioneiro da fotografia negra baiana —, e dos mais de 10 anos em que trabalhou em seu estúdio e laboratório, exercitando tanto o olhar quanto a prática da revelação fotográfica. Desde 1975, atua como fotógrafo documental e jornalístico, colaborando com veículos nacionais e internacionais. Seu trabalho autoral, com uma assinatura estética bastante singular, é uma das grandes facetas da fotografia baiana contemporânea e figura em acervos como: Coleção Pirelli/MASP de Fotografia, Museu Afro Brasil, Museu da Fotografia Fortaleza, Museu de Arte Moderna da Bahia e Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira.


As fotografias de Bauer Sá são composições conceituais e poéticas que articulam em imagens a ancestralidade e a cultura afro-brasileira, com grande enfoque para as divindades africanas e para temas sociais incontornáveis entre as populações negras, como o racismo. São imagens meticulosamente construídas e moldadas por meio de cenas ensaiadas e dirigidas em que ora um homem, ora uma mulher, sempre negros, interagem com objetos e elementos da natureza, comunicando-se com o espectador por meio de olhares e poses dramatizadas pela luz e sombra da fotografia analógica branca e preta.


Entre as exposições que participou, destacam-se: 17º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte (1985, Belo Horizonte); Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário negro (Pinacoteca de São Paulo, São Paulo, 1994; Espaço Cultural 508 Sul, Brasília, 1995); A Hidden View: Images of Bahia, Brazil (Concourse Gallery - Barbican Centre, Londres, 1994); Novas Travessias: New Directions in Brazilian Photography (The Photographer's Gallery, Londres, 1996); Brasil + 500 — Mostra do Redescobrimento. Negro de Corpo e Alma. (Fundação Bienal, São Paulo, 2000; Casa França-Brasil, Rio de Janeiro, 2000); Réplica e Rebeldia: Artistas de Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique (Museu Nacional de Arte de Maputo, Maputo, Moçambique, 2006; Centro Cultural Português, Luanda, Angola, 2006; Museu de Arte Moderna da Bahia — MAM Bahia, Salvador, 2006; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro — Mam Rio, Rio de Janeiro, 2006; Centro Cultural Banco do Brasil — CCBB Brasília, Brasília, 2007; Palácio Cultura Ildo Lobo, Praia, Cabo Verde, 2007); Coleção Pirelli/MASP de Fotografia – 18ª edição (Museu de Arte de São Paulo — MASP, São Paulo, 2010), Axé Bahia: The Power Of Art In An Afro-Brazilian Metropolis (The Fowler Museum, Los Angeles, USA, 2018), Histórias afro-atlânticas (Museu de Arte de São Paulo — MASP, São Paulo, 2018), entre outras. Sua obra faz parte de diversas coleções permanentes, tais como: Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira — MUNCAB, Salvador; Museu de Arte Moderna da Bahia — MAM Bahia, Salvador; Museu Afro Brasil, São Paul; Coleção Pireli/MASP, São Paulo; Museu da Fotografia, Fortaleza.

 

Sobre Gilberto Filho

Nascido na cidade de Cachoeira, no Recôncavo da Bahia, em 12 de novembro de 1953, Gilberto Dias Barbosa Filho é filho de Elza Oliveira Barbosa e Gilberto Dias Barbosa. A sua mãe trabalhava na fabricação de charutos, enquanto seu pai era marceneiro. Ele é casado com Zilma Nascimento Pessoa, professora; a filha do casal, Jamile Pessoa Barbosa, também é professora.


Gilberto comumente utiliza em suas esculturas madeiras como pau d’arco, sucupira, angelim e louro, que são cortadas, entalhadas e montadas, com o auxílio de formões, serrotes e martelos. Os blocos resultantes harmonizam formas, cores e tamanhos que chegam a 2,5 m de altura.


Para o escultor, “a madeira conduz o processo de criação, ela revela como a obra será realizada, é um gatilho para desenvolver a criatividade.” Ele faz questão de enfatizar o papel da imaginação na construção de sua arte: “Não faço cópias de prédios, mas utilizo a imaginação e a beleza da madeira para esculpir as minhas peças”. Diz também que seu processo é lento, dura meses até finalizar uma escultura (Entrevista, 9 mar. 2022).

 

Sobre a Galatea

Sob o comando dos sócios Antonia Bergamin, Conrado Mesquita e Tomás Toledo, a Galatea conta com dois espaços vizinhos na cidade de São Paulo: a unidade localizada na Rua Oscar Freire, 379 e a nova unidade localizada na Rua Padre João Manoel, 808. A galeria também tem uma sede em Salvador, na Rua Chile, 22, no centro histórico da capital baiana.


A Galatea surge a partir das diferentes e complementares trajetórias e vivências de seus sócios-fundadores: Antonia Bergamin, que foi sócia-diretora de uma galeria de grande porte em São Paulo; Conrado Mesquita, marchand e colecionador especializado em descobrir grandes obras em lugares improváveis; e Tomás Toledo, curador que contribuiu para a histórica renovação institucional do MASP, saindo em 2022 como curador-chefe.


Com foco na arte brasileira moderna e contemporânea, trabalha e comercializa tanto nomes consagrados do cenário artístico nacional quanto novos talentos da arte contemporânea, além de promover o resgate de artistas históricos. Idealizada com o propósito de valorizar as relações que dão vida à arte, a galeria surge no mercado para reinventar e aprofundar as conexões entre artistas, galeristas e colecionadores.



Service

Exposição: Francisco Galeno: o Piauí é aqui — o Piauí não é aqui

Local:  Galatea 

Endereço: Rua Oscar Freire, 379 - Jardins, São Paulo – SP 

Abertura: 12 de novembro | 18h às 21h

Período expositivo: 12 de novembro a 25 de janeiro de 2025

Horário de funcionamento: Segunda à quinta das 10h às 19h | Sexta das 10h às 18h | Sábado das 11h às 17h 

Mais informações: https://www.galatea.art/ 

Instagram: @galatea.art_ 


Service

Exposição: Bahia Afrofuturista: Bauer Sá e Gilberto Filho

Local:  Galatea 

Endereço: Rua Padre João Manuel, 808 - Jardins, São Paulo – SP

Abertura: 27 de novembro  

Período expositivo: 27 de novembro a 25 de janeiro de 2025

Horário de funcionamento: Segunda à quinta das 10h às 19h | Sexta das 10h às 18h | Sábado das 11h às 17h 

Mais informações: https://www.galatea.art/ 

Instagram: @galatea.art_


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