Exposição individual "Beira do tempo", de Thiago Hattnher
Exhibition

Exposição individual "Beira do tempo", de Thiago Hattnher

Exhibition

  • Nome: Exposição individual "Beira do tempo", de Thiago Hattnher
  • Abertura: 05 de abril 2025
  • Visitação: até 31 de maio 2025

Local

  • Venue: Galeria Millan
  • Online Event: No
  • Endereço: Rua Fradique Coutinho, 1360, Vila Madalena

NOVA ALMEIDA & DALE RECEBE PRIMEIRA INDIVIDUAL DE THIAGO HATTNHER NO BRASIL


Obra do pintor paulista de 34 anos propõe desaceleração temporal frente ao imediatismo contemporâneo



Beira do tempo, exposição que Thiago Hattnher inaugura no próximo dia 5 de abril, é resultado de uma relação persistente e meticulosa com a pintura. Além de marcar o início das atividades da nova Almeida & Dale, a mostra — instalada em um dos espaços que antes pertenciam à Galeria Millan, na Rua Fradique Coutinho — enfatiza o interesse da galeria em diversificar seu raio de ação. A proposta é abranger diversos segmentos do mercado e abrir espaço para artistas emergentes como Hattnher, que, aos 34 anos, realiza sua primeira exposição individual no Brasil.


O artista propõe uma construção vagarosa, atenta. Tem por hábito trabalhar muitas telas simultaneamente, sem saber de antemão como o trabalho vai ser. Utilizando tinta a óleo, cuja secagem é lenta, ele sobrepõe camadas, criando campos de cor e de forma que oscilam entre harmonias e desequilíbrios, articulando-se em um jogo provocativo entre zonas neutras, áreas que sugerem jogos abstratos ou paisagens imaginárias, linhas que simulam horizontes, citações que remetem à paisagem ou ao gênero da natureza morta, evocando assim a história da pintura.


São trabalhos, como diz Hattnher, muito mais motivados por atmosferas do que por narrativas. Aspecto que o artista reforça ao optar por não dar título às obras, nem as isolar por meio de molduras. Ao deixar a lateral visível, ele dá visibilidade às camadas de cores (verde limão, laranja florescente...) que, juntas, criam uma aparência brumosa, difícil de definir.


"Trata-se de um pensamento que reluta em fixar-se em ideia e em alcançar sua forma final", sintetiza Julia de Souza no texto crítico da mostra Beira do tempo. "A cogitação de Hattnher se aproxima mais do pensamento, da meditação e da preparação do que do cálculo", acrescenta ela. Longe de ser um instrumento para contar histórias, demonstrar virtuosismos ou construir lógicas precisas, a técnica torna-se uma investigação persistente e diária, que cria como que uma temporalidade alargada. "Isso traz uma lentidão na leitura que eu gosto que o trabalho tenha", afirma Hattnher.


Essa desaceleração temporal vai de encontro ao imediatismo contemporâneo. Remete à memória, como uma lembrança borrada, diz ele. Vistas em conjunto, as telas desafiam o espectador, convidando-o a descobrir elos e particularidades no interior de cada uma delas e também nos diálogos entre as várias obras, num movimento incessante de aproximação e afastamento, autonomia e síntese.


A exposição estabelece um diálogo profundo com a tradição pictórica, mas ao mesmo tempo a subverte, transformando a técnica em campo de experimentação e reflexão. Os formatos são normalmente pequenos e modulares. Há apenas uma tela um pouco maior, com 1,4 metro de largura, de um azul profundo, atmosférico, na qual "o impasse entre figura e fundo se exacerba", como enfatiza Julia de Souza. O tipo de tinta usada é o mesmo, mas os materiais, técnicas e superfícies são diversos. Madeira, linho ou juta mais rústica absorvem a luz e a tinta de forma diferente, jogando com a percepção.


"Cada superfície me permite convocar uma imagem diferente", destaca. Essas variações de ritmo, intensidade, duração – esse desenvolvimento errante, como ele diz – dão à obra algo de "notação musical", como observa Mateus Nunes, atual curador do MASP, em seu texto crítico para a exposição que Hattnher realizou em Londres, no ano passado. Não por acaso, a dissertação de mestrado do artista na ECA-USP intitula-se, sugestivamente, Pintura, Silêncio e outros ruídos e trata das aproximações entre a produção de John Cage e Cy Twombly e sua própria investigação.


Há uma inquietação permanente na forma como Hattnher constrói sua obra. A pintura desde sempre foi sua linguagem, desde antes de deixar São José do Rio Preto para estudar artes visuais em São Paulo, em 2009. "Nunca tinha sido apresentado a outras práticas, era o que eu conhecia", brinca.

 


A nova Almeida & Dale


Beira do tempo, individual de Hattnher, é a segunda exposição no calendário da nova Almeida & Dale, que comprou a Galeria Millan e, a partir deste mês, assume formalmente a gestão de seu portfólio de artistas e espaços expositivos na Vila Madalena, em São Paulo. As duas galerias iniciaram uma parceria em 2019, mantendo, no entanto, trajetórias paralelas e estruturas independentes. Durante esse período, compartilharam acervos, promoveram intercâmbio de obras e desenvolveram   projetos conjuntos, alcançando resultados frutíferos. Agora, concretizaram enfim a unificação das duas estruturas sob o nome Almeida & Dale.


Ex-sócios na Millan, André Millan e Socorro de Andrade Lima assumem, na nova configuração, os papéis estratégicos de Diretor Artístico e Diretora Comercial, respectivamente. João Marcelo de Andrade Lima e Hena Lee tornam-se sócios-executivos, ao lado de Antônio Almeida e Carlos Dale.


O marco inicial desse novo momento acontece oficialmente no dia 29 de março, com a inauguração da exposição Nossa Senhora do Desejo, em torno da obra visceral e transgressora de Pedro Moraleida Bernardes (1977-1999). Em abril, além de Hattnher, a galeria também receberá uma mostra com trabalhos inéditos de Paulo Pasta, sinalizando o caráter plural e potente que pretende imprimir em sua programação.

 


Service 


Thiago Hattnher: Beira do tempo

Abertura: 5 de abril, sábado, das 11h às 15h

Exposição: de 5 de abril a 31 de maio de 2025

Rua Fradique Coutinho, 1360, Vila Madalena | Tel: 11 3031-6007

Visitação: Segunda-sexta, 10h-19h, sábado, 11h-15h

www.almeidaedale.com.br 

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