Exposição "Katia Maciel – Um quarto de mar"
Exhibition
- Nome: Exposição "Katia Maciel – Um quarto de mar"
- Abertura: 19 de agosto 2024
- Visitação: até 14 de setembro 2024
Local
- Local: Pinakotheke Cultural
- Online Event: No
- Endereço: Rua São Clemente 300, Botafogo
Pinakotheke Cultural apresenta a exposição
Katia Maciel – Um quarto de mar
A artista criou um site especific para o espaço no segundo andar da Pinakotheke Cultural, onde o público ficará imerso em um ambiente dos sonhos da artista sobre o mar, a partir de um conjunto de quatro poemas-objetos de sua série “Cósmicas”, em espelhos, uma caixa de acrílico branco com impressão azul, e uma maquete da exposição, além do filme “E todos os dias eu sonho com o mar” (2024, 28’).
O texto crítico é da premiada escritora Veronica Stigger, também curadora de exposições, como "Maria Martins: metamorfoses" e "O útero do mundo" (MAM SP).
Pinakotheke Cultural, Rio de Janeiro
Visitação pública: 19 de agosto a 14 de setembro de 2024
Texto crítico: Veronica Stigger
Free entry
A Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro,tem o prazer de abrir para o público no dia 19 de agosto de 2024 a exposição “Katia Maciel – Um quarto de mar”, com quatro poemas-objetos, da série “Cósmicas”, e um filme, todos feitos pela artista especialmente para a mostra. O texto crítico é da premiada escritora e curadora Veronica Stigger.
“É uma exposição intimista, diferente de meus trabalhos com instalações em grande escala”, destaca Katia Maciel. “Dessa vez é uma montagem inspirada na questão do sonho”. A grande biblioteca que cobre duas paredes da sala será coberta por voal, um tecido diáfano, para criar um ambiente etéreo.
Bibliotecas estão presentes no trabalho de Katia Maciel, e foi justamente seu filme sobre a biblioteca do grande crítico, historiador e filósofo da arte Yve-Alain Bois (1952, Argélia,), em Princeton, EUA, exibido em março na mostra “Anjos com armas”, na Pinakotheke Cultural, que originou o convite de Max Perlingeiro, diretor da instituição, para que a artista fizesse um filme sobre Gonçalo Ivo, projetado na exposição “Zeitgeist”, no térreo, e pensasse em uma mostra no segundo andar, no mesmo período.
Há anos Katia Maciel anota seus sonhos, que quase diariamente são sobre o mar, e, a partir da descrição desses sonhos e de uma pesquisa em seus arquivos sobre outras obras realizadas sobre o mar, a artista realiza o filme intitulado E todos os dias eu sonho com o mar. Ela criou “um campo semântico com as questões ligadas a sonhos: noite, inconsciente, eclipse/elipse”, para construir um quarto e povoá-lo de poemas-objetos. “A ideia de elipse/eclipse está muito presente nos sonhos, porque nos lembramos deles em fragmentos, faltando partes, e enquanto sonhamos vivemos experiências que nos parecem reais”, observa. A artista quis criar “uma situação imersiva, uma expansão do sonho para o espaço”.
O filme “e todos os dias eu sonho com o mar” (2024, 28’), projetado na parede frontal do espaço se expande nos poemas-objetos “Same Page” e “Eclipse”, ambos em espelho com serigrafia fixada com silicone, “Infinito”, papel sobre espelho, todos com 66 cm x 96 cm cada; “Caixa-mar” (2024), caixa de acrílico branco com impressão azul, 30 x 43 cm (díptico), e “Maquete” (2024), madeira, 19,5 cm x 32,7 cm. Todos os trabalhos são de 2024.
Em “Same Page”, a ideia de negativo/positivo aludem aos estados dormindo/acordado, na fluidez entre os estados de consciência e inconsciência trazida pelos sonhos. O espelho, com sua imagem virtual, reforça esta dualidade com o real.
“Em meus trabalhos sempre há um pensamento, uma reflexão sobre a imagem e nossa relação com ela, a percepção que a imagem provoca e que a ela retorna”, diz a artista.
Pela primeira vez em sua produção, Katia Maciel faz uma maquete que reproduz o espaço expositivo, para reforçar a ideia “de um espaço dentro do espaço, não saber o que é sonho e o que é real, para criar uma situação imersiva, ampliada pela cor azul da do filme.
FILME ONÍRICO
Em seu filme, Katia Maciel criou um conjunto de 26 cinepoemas, a partir de suas anotações dos recorrentes sonhos sobre o mar, um modo de criar um alfabeto com suas 26 letras. Ela comenta que em várias culturas os sonhos são importantes, e, em seu caso, o que a interessa é a relação da arte com a linguagem, de como construir “um conjunto tão fragmentado aproximando a linguagem do sonho aquela do cinema e da poesia”. “É como uma curadoria de meus próprios sonhos”, diz. Neles estão imagens da Cinemateca do MAM e o som do filme “Moby Dick” (de John Houston, 1956). “A relação entre e cinema e sonho é muito forte pra mim”.
Veronica Stigger escreve que “no quarto, o sonho atua como a janela aberta em certas pinturas de interior, dando vista para a paisagem, a qual, muitas vezes, termina por ocupar o centro do espaço pictórico. Deste modo, janela e sonho fazem o de fora penetrar no de dentro, ao mesmo tempo que possibilitam a saída para outro lugar: a janela, por meio da visão; o sonho, por meio da imagem ou da fantasia, para usarmos um termo caro tanto a Freud (a Phantasie é o que se gera na “junção inconsciente” entre o que é vivido e o que é ouvido, num mecanismo aproximado ao dos sonhos) quanto a Longino (a phantasía é o recurso para a fabricação de imagens, a fim de produzir ‘a majestade, a grandeza de expressão e a veemência’ necessárias para se atingir o sublime). Entre janela e sonho, é o sonho que pode levar mais longe: do espaço encerrado para o infinito das imagens”.
SOBRE KATIA MACIEL
Katia Maciel é artista, poeta e professora titular da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Seu trabalho se desenvolve por uma variedade de meios: poesia, fotografia, cinema, vídeo, performance, objetos e instalação. A obra da artista investiga o imaginário próprio das imagens em suas relações com a paisagem, os objetos e a palavra. Seus trabalhos estiveram em exposições no Brasil e no exterior. Publicou diversos livros sobre o pensamento da imagem contemporânea e sete livros de poemas. Em 2018, a editora Cobogó publicou “Katia Maciel, uma antologia com a obra da artista”.
SERVIÇO: Exposição “Katia Maciel – Um quarto de mar”
Visitação pública: 19 de agosto a 14 de setembro de 2024
Pinakotheke Cultural - Rio de Janeiro
Rua São Clemente 300, Botafogo
22260-004 – Rio de Janeiro - RJ
Telefones: 21.2537.7566
E-mail: contato@pinakotheke.com.br
Segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e sábados das 10h às 16h.
Free entry
Telefones: 21.2537.7566
E-mail: contato@pinakotheke.com.br
Segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 16h.