Maquinamata" exhibition
Exhibition
- Nome: Exposição "Maquinamata"
- Abertura: 09 de junho 2022
- Visitação: até 06 de agosto 2022
Local
- Local: nara roesler rio de janeiro
- Online Event: No
- Endereço: rua redentor 241, ipanema
laura vinci
maquinamata
nara roesler rio de janeiro
abertura 9
de junho
exhibition 9
de junho – 6 de Agosto
Nara Roesler Rio de Janeiro tem o prazer de anunciar Maquinamata, individual de Laura Vinci
que abre ao público no dia 09 de junho e segue em exibição até 08 de agosto de
2022. Na exposição, um singular conjunto de esculturas cinéticas, criado
especialmente para a mostra, explora relações sutilmente inusitadas entre o universo
mecânico e o natural.
Desde muito tempo a natureza
se faz presente na poética das obras de Laura Vinci, seja pela utilização de
seus elementos, seja pela apropriação de suas formas. Em
No ar, por exemplo, ela utiliza bicos de aspersão em alta pressão,
fazendo com que a água lançada fique entre o estado gasoso e o estado líquido,
criando assim uma espécie de neblina que se espalha pelo espaço expositivo,
seja ele fechado ou ao ar livre. Em Estados,
Vinci emprega estruturas de refrigeração para condensar partículas de água
suspensas no ar, fazendo-as visíveis em letreiros de metal, enquanto em Máquina do mundo, obra que integra o acervo permanente de
Inhotim, uma esteira transporta pó de mármore de um lugar a outro, em um
esforço repetitivo, lento e ostensivamente não produtivo.
Nesses trabalhos, o emprego
da tecnologia põe em evidência elementos invisíveis como o ar, a umidade e,
principalmente, o próprio tempo, alterando a dinâmica entre a percepção do
ambiente e o nosso corpo. Em anos recentes, Vinci deu
continuidade a essa aproximação à natureza criando esculturas de latão banhadas a ouro que parecem
tornar permanentes estruturas vivas como galhos e folhas. Penduradas no teto,
ou nas paredes, essas estruturas transformam o espaço em que se inserem em
enigmáticas florestas sem lugar, como ocorreu na exposição Folhas avulsas e galhos, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em
2019.
O título da exposição possui
significados múltiplos, pois tanto fala da força destruidora da máquina, levando-nos
a pensar nos efeitos da industrialização desenfreada no mundo, como propõe
pensarmos a mata como uma espécie de máquina, tendo em vista a delicada
engenharia interna que envolve os mecanismos desenvolvidos para sua
sobrevivência e sua extraordinária capacidade expansiva e multiplicadora. Maquinamata define bem, ao mesmo tempo,
o caráter dúbio e instigante dos trabalhos apresentados por Vinci, que aliam
pequenos motores com estruturas de folhas e galhos naturais feitos em latão.
Acionando fragmentos evocativos da natureza – uma folha que rodopia no ar,
galhos sacudidos como se fosse pelo vento, inesperados sopros de pólen – , tais
dispositivos despertam uma aura que ressoa poeticamente em nossa memória
afetiva, mostrando-se ao mesmo tempo, de maneira perturbadora e quase sinistra,
fantasmáticos e robóticos.
Laura Vinci aponta para a urgência de criarmos novos paradigmas
para os modos como percebemos e nos relacionamos com aquilo que chamamos ainda,
talvez tarde demais, de mundo natural. A máquina, criação humana por
excelência, representativa do desenvolvimento industrial que nos distanciou da
natureza, é abordada pela artista numa direção incomum – a de uma aproximação
sensível que é ao mesmo tempo humorada e corrosiva, lírica e pungente.
A exposição é acompanhada de um texto produzido por Felipe
Scovino.