Exposição "Ponto de fuga", de Antonio Bokel
Exhibition
- Nome: Exposição "Ponto de fuga", de Antonio Bokel
- Abertura: 12 de setembro 2024
- Visitação: até 12 de novembro 2024
Local
- Local: Museu da República | Galeria do Lago
- Online Event: No
- Endereço: Rua do Catete, 153 - Catete Rio de Janeiro
Ponto de fuga, de Antonio Bokel
Em seu primeiro projeto instalativo, o artista carioca celebra duas décadas de carreira e explora formas geometrizadas em diálogo com a história, a arquitetura e a paisagem do antigo Palácio do Catete
Ponto de fuga é um conceito fundamental na arte que se refere ao ponto no horizonte para onde todas as linhas paralelas convergem. É a referência para a construção de uma “perspectiva”, termo que se origina do latim e significa “ver através de”.
A exposição Ponto de fuga, um projeto instalativo de Antonio Bokel, será inaugurada no dia 12 de setembro de 2024, às 0h, na Galeria do Lago. Sob curadoria de Isabel Portella, a mostra celebra os 20 anos de carreira do artista plástico carioca e apresenta um trabalho em diálogo expresso com o Museu da República – antigo Palácio do Catete – um monumento de relevância histórica na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Movido pelo convite para criar um cruzamento simbólico entre arte, arquitetura, história e paisagem, Bokel fez uma imersão nos arquivos da instituição e dedicou-se a pesquisar o local que, no final do século 19, sediou a Presidência da República e foi palco de intensas articulações políticas.
Entre fatos e muitas curiosidades, descobriu que havia ali um controverso ancoradouro conhecido como Ponte do Flamengo, erguido junto à Avenida Beira Mar (e demolido nos anos 1960, com a construção do Aterro), onde atracava uma embarcação de uso exclusivo do presidente em exercício. Era, possivelmente, uma rota de fuga.
Ao visitar a área expositiva da Galeria do Lago, Antonio observou que uma das janelas com vista para o jardim de 120 mil metros quadrados, que liga o palácio à Praia do Flamengo, enquadra um monumental corredor de palmeiras imperiais. Esta perspectiva que leva ao antigo ancoradouro foi o disparador poético do primeiro projeto instalativo do artista, que partiu de uma lógica construtivista.
“A verticalização das palmeiras simetricamente alinhadas, levando à saída do museu em direção ao Aterro, me instigou a reproduzir o mesmo paralelismo dentro do espaço expositivo. Criei dez totens em aço corten (180 cm x 30 cm), material que reage ao tempo, instalados lado a lado. No final da sala, um grande espelho reflete os totens, duplicando-os e dando a ilusão de continuidade do ponto de fuga”, descreve.
Na sala menor, duas barras de alumínio estão dispostas no chão, desconstruindo a arquitetura e estabelecendo uma composição geométrica que firma o caminho que leva o espectador à instalação dos totens. Entre elas, uma pintura em preto, com 200 cm x 120 cm, materializa a perspectiva e reforça a expressão sintética do construtivismo. Sobre a tela, repousa uma folha de palmeira esculpida em bronze.
“É um artista contemporâneo dialogando com a história de mais de 160 anos do Palácio do Catete. O Bokel conseguiu criar essa relação com o espaço, convertendo o desenho arquitetônico em formas geométricas. Ele explora a profundidade, incluindo a perspectiva do visitante que, através do espelho, se insere como mais uma camada da obra”, analisa Isabel. “É um diálogo arquitetônico, paisagístico e histórico”. A curadora ressalta ainda que aspectos característicos da produção de Antonio, como a diversidade de materiais e suportes, e a relação com a cidade, estão presentes.
Perguntado sobre o atravessamento do tempo em seu trabalho, ao longo dessas duas décadas de trajetória artística, Bokel afirma que nos últimos dez anos houve uma clara transformação em sua obra, pautada pela geometria e por um pensamento escultórico:
“Desde 2014, meu trabalho vem passando por um processo progressivo de eliminação de ruídos, mantendo só o que é essencial. A geometria foi o ponto de partida para essa fase em que a escultura ganhou protagonismo. Embora sejam formas atemporais, me interessa investigar de que maneiras essa lógica geométrica se conecta com a contemporaneidade”, revela o artista.
Mais sobre Antonio Bokel:
Nascido em 1978, no Rio de Janeiro, Antonio Bokel formou-se em design gráfico pela Univercidade, em 2004. Realizou sua primeira exposição individual em 2003, na Ken’s Gallery, em Florença, Itália, onde residiu e fez cursos de fotografia e história da arte. No Rio, teve aulas de modelo vivo com Bandeira de Mello e fez cursos de pintura com João Magalhães e Luiz Ernesto, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Ao longo das duas últimas décadas, tem apresentado seu trabalho no Brasil e no exterior. Em 2015 e 2019, foi indicado ao Prêmio Pipa.
Principais exposições:
2012 - “Gramática Urbana”, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica (Rio de Janeiro). Curadoria: Vanda Klabin.
2013 - “Transfiguração do Rastro”, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica (Rio de Janeiro), Curadoria: Bruno Garcia.
2014 - “Na Periferia do Mundo”, no Centro Cultural da Justiça Federal (Rio de Janeiro), Curadoria: Vanda Klabin.
2014 - Novas aquisições no Museu de Arte Moderna (MAM - Rio de Janeiro). Curadoria: Luiz Camillo Ozorio.
2015 - “La Nature d’or”, na Galeria Mercedes Viegas (Rio de Janeiro), Curadoria: Mario Gioia.
2016 - “Nada Além das Palavras”, Galeria Matias Brotas (Vitoria-ES). Curadoria: Daniela Name.
2016 - “Point of View” (site specific), no Palácio da Pena (Sintra, Portugal). Curadoria: Paulo Arraiano.
2017 - “Tudo que está coberto”, na Galeria Aura (São Paulo), Curadoria: Paulo Galinna.
2018 - “Ver Rever”, no Centro Cultural dos Correios (Rio de Janeiro). Curadoria: Vanda Klabin.
2018 - “Inquiet(ação)”, na AM galeria (Belo Horizonte). Curadoria: Vanda Klabin.
2019 - “Espaço entre as coisas” na galeria Mercedes Viegas (Rio de Janeiro). Curadoria: Sonia Salcedo Del Castillo.
2019 - “Pinta Plattaforms Project”, (Miam-US). Curadoria Roc Laseca.
2021 - “Paraíso Perdido”, no Espaço Cultural Correios (Niterói). Curadoria: Ana Carolina Ralston.
2021 - ‘Estado Bruto” MAM- Museu de arte moderna do Rio de Janeiro. Curadoria: Beatriz Lemos, Keyna Eleison e Pablo Lafuente.
2021 - “Line Like Waves”, Noaddress gallery, (Reggio Nell Emilia Itália). Curadoria: Domenico De Chirico.
2022 - “A Poesia Es_ no Verso” Galeria Matias Brotas. (Vitória-ES). Curadoria: Victor Gorgulho.
2022 - “Paraíso Perdido” no Espaço Cultural Correios (São Paulo). Curadoria: Ana Carolina Ralston.
2023 - Euclides ao Réves. Usina Luis Maluf. São Paulo. Curadoria: Agnaldo Farias.
2024 – “A Quarta Geração Construtiva. FGV ARTE. Curadoria Paulo Herkenhoff.
SERVICE:
Ponto de fuga, de Antonio Bokel
Curadoria: Isabel Portella
Abertura: 12 de setembro de 2024
Encerramento:
Local: Museu da República | Galeria do Lago
End: Rua do Catete, 153 - Catete
Rio de Janeiro | RJ
Horários de visitação:
terça a sexta, das 10h às 12h e das 13h às 17h
sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h
Entrada franca | classificação livre
Mais informações para a imprensa:
Mônica Villela Companhia de Imprensa
(21) 97339-9898 | monica@monicavillela.com.br