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Exposição "Silvia Velludo: Hipocampo"
Exhibition

Exposição "Silvia Velludo: Hipocampo"

Exhibition

  • Nome: Exposição "Silvia Velludo: Hipocampo"
  • Abertura: 14 de maio 2022
  • Visitação: até 25 de junho 2022

Local

  • Local: Galeria Marcelo Guarnieri
  • Online Event: No
  • Endereço: Alameda Lorena, 1835 – Jardins

A Galeria Marcelo Guarnieri tem o prazer de apresentar, entre 14 de maio e 25 de junho de 2022, "Hipocampo", segunda exposição individual de Silvia Velludo em nosso endereço de São Paulo. Além das pinturas da série "Hipocampo", realizadas entre 2016 e 2022, a mostra reúne algumas das obras produzidas pela artista durante a década de 2000, como as pinturas das séries "Penumbras" (2003-2004), "Divisas" (2007-2012), o livro-objeto em letreiro digital "Ida" (2012) e a videoinstalação "Projeto de Aurora" (2002). A exposição conta com texto assinado por Fernando Cocchiarale.



Formada por mais de 300 pinturas, a série "Hipocampo" dá continuidade à investigação de Velludo sobre a produção e a reprodução de imagens através da pintura. A artista faz uso de um extenso acervo de fotografias de celular, de notícias de jornal, cenas de filmes e posts de redes sociais para refletir sobre a aparente banalidade dessas imagens e o ritmo acelerado em que são difundidas, traduzindo os códigos da linguagem fotográfica digital para a linguagem pictórica. O título remete à estrutura cerebral responsável pelo armazenamento da memória e faz uma alusão ao registro involuntário que fazemos das imagens que nos rodeiam e as infinitas associações inconscientes que podem ser estabelecidas entre elas. O conjunto de pinturas de tamanhos variados é distribuído por toda a extensão das paredes da galeria, formando um grande painel diagramático de retratos do cotidiano, intercalados ora com telas recobertas por pigmentos metálicos, ora com placas reflexivas de aço, bronze, cobre e latão que, ao espelharem a imagem do espectador, interrompem o fluxo do "scrolling" visual e servem como zonas de respiro.



"A visão panorâmica de tantas imagens em fluxo nos conecta diretamente à experiência de navegação digital nas telas dos celulares e nas redes sociais, profusão que nos chega diariamente produzindo histórias descontínuas e quebras de narrativa. A dinâmica das imagens digitais já não nos permite saber a origem e a história de cada momento, local ou encontro, em seus respectivos tempos e lugares, diante da acelerada produção, difusão e consumo de informações pelas redes. O panorama de cenas de Silvia Velludo propõe uma reflexão em torno da saturação de imagens nos meios digitais e a busca por permanência e sentido que uma obra artística idealmente almeja em sua essência.", observa o crítico Fernando Cocchiarale.



A reapresentação das séries "Penumbras" (2003-2004) e "Divisas" (2007-2012) propicia ao público um reencontro com as origens da pesquisa de Silvia Velludo sobre a formação da imagem através da pintura. Ao longo da década de 2000, a artista estava menos interessada pela imagem enquanto representação figurativa do que por sua constituição enquanto fenômeno físico. Em "Penumbras" a artista trabalha a dispersão da luz através do embate entre pequenos pontos de cor, formando, em cada tela, estruturas reticuladas que podem remeter à imagem granulada dos televisores de tubo. Se nessa série Velludo explora efeitos ópticos através do uso da tinta acrílica e das diferentes combinações e tonalidades possíveis de serem alcançadas pelo material, em "Divisas" ela escolhe trabalhar com as propriedades inerentes das contas de vidro. O caráter cintilante do vidro colorido é intensificado nestas pinturas pelo agrupamento de uma grande quantidade de pequenas esferas coladas em uma superfície de 4m², causando aos olhos a impressão de que há uma desintegração da cor em milhares de pontos de luz.



Anterior a essa investigação desenvolvida por Silvia Velludo através da pintura sobre a formação da imagem como um fenômeno óptico, é a sua produção de videoinstalações. A videoprojeção surgia para a artista como uma linguagem que lhe permitia trabalhar com materialidade da própria luz, explorando a variação de cores, formas e palavras a partir dos recursos da imagem em movimento. "Projeto de Aurora" (2002) consiste em uma sequência de cores projetadas em uma superfície quadrada formada por cerca de 30 kg de sal grosso. Similar ao interesse de Velludo pela incidência da luz na matéria vítrea é o interesse pela incidência luminosa na estrutura cristalina do sal e sua alta capacidade de reflexão. As cores projetadas fazem referência às cores produzidas pelas Auroras Polares, fenômenos físico-químicos que resultam de interações entre o campo magnético terrestre e o plasma solar e que podem ser observados pela emissão de luzes coloridas que se movem pelo céu.



"Ida" (2012) é um livro-objeto em formato de letreiro digital que reúne diversos escritos produzidos pela artista ao longo de doze anos a partir daquilo que ocorria ao seu redor – em espaços públicos, privados ou mesmo na televisão. O trabalho foi apresentado pela primeira vez na exposição "Há mais de um poema em cada fotograma" em 2012, onde a artista ocupou todas as paredes da galeria com centenas de detalhes ampliados de fotografias realizadas durante dez anos em uma operação similar, registrando excessivamente as imagens de seu entorno. Se em "Ida" a artista escolhe a palavra como ferramenta para dar conta desse registro e em "Há mais de um poema em cada fotograma" ela escolhe a fotografia digital, em "Hipocampo" Velludo executa um procedimento já iniciado em sua exposição anterior "Autorretrato com Iphone 5C", traduzindo o registro fotográfico para a linguagem da pintura. A noção de velocidade é uma questão que perpassa todos esses trabalhos, tanto no embate entre o ritmo ágil de uma escrita de observação baseada na associação livre e a leitura regulada pela lentidão do letreiro, como no embate entre a rapidez da captação da fotografia e o moroso feitio de uma pintura figurativa. 

 

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