Jose De Freitas
José de Freitas (1935, Vitória de Santo Antão, PE - 1989, Rio de Janeiro, RJ).
Em 1964 começa autodidaticamente a pintar, depois de fixar se no Rio, trabalhando como ator teatral. Em 1967 tem exposição individual na Galeria Goeldi . Em 1968 participa do 1 Salão de Verão (MAM RJ). Em 1968 tem exposição individual na Piccola Galeria. Em 1970
figura em uma mostra de artistas ingénuos brasileiros em Londres. Em 1971
participa do XX Salão Nacional de Arte Moderna e, no mesmo ano, tem exposição individual na Galeria Celina (Juiz de Fora, MG). Em 1971, tem exposição e individual na Galeria Elvaston (Londres).
Outras exposições:
1988 - O Mundo Fascinante dos Pintores
1972 - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois
1979 - 2º Salão Nacional de Artes Plásticas.
1994 - Grande Exposição de Arte Naif Brasileira.
2022 - Naifs do Brasil
Sobre sua obra:
É preciso insistir na fonte popular, direta ou indiretamente localizada, de que partem a visão e o trabalho de José de Freitas. Ocorre desde logo lembrar certos elementos de sua vivência nordestina, como os folhetos da literatura de cordel, com a mescla de narrativa cotidiano-sobrenatural, ou os autos e encenações para dias de festa e louvor, armados de realismo fantástico, ou ainda os desenhos e pinturas com materiais precários, destinados a decorar paredes, arcas, baús e oratórios. Mas tudo isto lhe serve apenas como trampolim para integrar realidades aparentemente opostas. José de Freitas representa - vale dizer, situa em palco, cenário e cena — a cultura de base que lhe foi mais próxima, transfigurando-a em marca pessoal; assim, o ser pintor estabelece nele a continuidade de sua atuação profissional como ator. A fonte da criatividade popular genuina transfere-se aqui, nas suas histórias em quadrinhos de referência biblica (Velho Testamento), para o campo de um refinamento cultural metropolitano, capaz de narrar e, ao mesmo tempo, comentar em humor e ironia, metalinguisticamente, a própria narrativa, pela soma de interrupções, súbitos labirintos, inobservância de regras e simultaneidade de níveis temporais. Nova estória se abre dentro de uma velha história
Por: Sala Rússia